domingo, 3 de janeiro de 2010

A prolongada crise de dois históricos


A década de 70 foi o auge da história de dois clubes que hoje em dia não conseguem ser mais do que meras sombras do passado. É certo que o palmarés de um é bem superior ao outro mas, ainda assim, antes de os campeonatos inglês e espanhol começarem, os adeptos de cada um deles mantêm a esperança de que "este ano" é que o clube vai endireitar-se e retomar o trilho de outrora. Mas não. E curioso é que ambos os clubes funcionam de forma desorganizada sendo o mercado de inverno a prova de que não será assim que os títulos voltarão a enriquecer palmarés brilhantes.

Alguns dos leitores já adivinharam os nomes dos clubes mas, mesmo assim, vou escalpelizar os erros que cada clube poderia evitar para não serem menosprezados com apenas 5 ou 6 jornadas decorridas. E o Liverpool é um claro exemplo disso. Sem ganhar a Liga inglesa desde 1989/90, o clube que maravilhou a Europa do futebol nos anos 70, tende a arrastar-se, ano após ano, entre o 3.º e o 7.º lugares da classificação e abdica todos os anos de lutar pela Liga Inglesa, demonstrando a falta de consistência a que já habitou os adeptos dos reds. Rafa Benítez já deu uma Liga dos Campeões aos "melhores adeptos do Mundo" mas a verdade é que não consegue dotar o plantel de qualidade suficiente para acompanhar os galáticos Manchester United e, nos anos mais recentes, o Chelsea. Em todos os defesos, o Liverpool é considerado forte candidato ao título mas essa ideia dilui-se em pouquíssimas jornadas e a cada mês que passa, o mítico clube que Bill Shankly elevou aos céus despede-se de uma competição e, ao mesmo tempo, apaga mais um capítulo de uma história brilhante: 18 campeonatos ingleses (o Man. United igualou o número na época passada), 5 Taças dos Campeões Europeus e 3 Taças UEFA. Ainda há espaço para Benítez? Não.

O outro clube que aqui abordo é o Atlético Madrid. Tal como o Liverpool, só pensa em reforçar convenientemente o plantel em Janeiro, quando já está a uns impensáveis 25 pontos do Barcelona em vez de o fazer quando devia. Mas os colchoneros, que no palmarés têm uma Taça Intercontinental, apesar de nunca terem ganho nem Taça dos Campeões nem Taça UEFA (aproveitaram vaga do desistente Bayern Munique, com quem perderam na final da Taça dos Campeões Europeus em 1973/74), fazem questão de arrastar-se todos os anos na segunda metade da tabela classificativa de Espanha. Este ano não foge à regra e, contratado Quique Flores, a missão passa agora por reforçar o plantel. O clube que tem 9 campeonatos espanhóis, o último conquistado há 13 anos (menos 6 do que a "seca" do Liverpool em Inglaterra) mostra não ter um rumo definido e um plantel bem aquém dos pergaminhos exigidos pela história do clube. Será Quique o salvador colchonero? Talvez.

Autor: HUGO NEVES
Data: Sábado, 2 Janeiro de 2010 - 16:49, In Jornal Record Online

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