sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Clássico: Regulamentos proíbem "stewards" no túnel dos estádios

www.grandeportoonline.pt — Autor : Sérgio Pires E-mail : sergio.pires@grandeportoonline.pt Data : 24-12-2009 - 00:00

Acabou o clássico entre Benfica e FC Porto e, instantes depois, começou um caso que promete fazer correr muita tinta. Mais do que a vitória encarnada (1-0), os casos de arbitragem e a falta de ambição da equipa portista na abordagem ao jogo do passado domingo (já demonstrada pelo técnico Jesualdo Ferreira noutras ocasiões), o encontro da Luz ficou marcado pela suposta agressão de Hulk e Sapunaru no túnel de acesso aos balneários a um “steward” do estádio. Antes de mais, porque a vítima, elemento da empresa de vigilância contratada pelo Benfica, não poderia estar no local do incidente, o que viola os regulamentos das competições desportivas, conforme argumenta José Guilherme Aguiar, ex-director executivo da Liga de Clubes e especialista nos regulamentos da competição profissional de futebol.

“Além dos elementos credenciados para o jogo e das forças de segurança, mais ninguém pode estar nos túneis. Um ‘steward’ não é um elemento de segurança.” Nesse sentido, há uma violação clara do artigo 22.º do regulamento das competições desportivas, cujo ponto 2 explicita claramente que “na zona reservada de acesso à cabina da equipa de arbitragem (vulgo túnel) apenas é permitido presença aos delegados ao jogo das equipas, director de campo, director de segurança, delegado da Liga e elementos da força de segurança...” Ou seja, é permitiada a presença a polícias e não a “stewards”, que naturalmente têm um estatuto e obrigações que não correspondem ao das forças de autoridade.

Guilherme Aguiar, que também se destaca por ser um conhecido adepto portista, atribui total responsabilidade pela falha na interpretação dos regulamentos aos delegados da Liga destacados para o jogo: José Sousa e Manuel Aranha.

Na sequência das alegadas agressões, foi instaurado um processo ao Benfica, pelo mau comportamento dos “stewards”, e a Hulk e Sapunaru, que foram expulsos pelo árbitro Lucílio Baptista e imediatamente suspensos preventivamente pela Comissão de Disciplina da Liga de Clubes. O castigo dos jogadores dependerá dos factos apurados pelos relatórios do árbitro, dos delegados da Liga e das forças policiais, sendo possível o recurso às imagens das câmaras do túnel que poderão servir de meio de prova, caso tal seja requerido por alguma das partes.

Autor: kinder a 8 Janeiro 2010, In Futebolar Portugalmail

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Mercado de inverno (Futebol à portuguesa)


No mesmo dia em que o Presidente da República afirmava que o país tem problemas económicos gravíssimos e podemos caminhar para uma "situação explosiva", a imprensa noticiava que Portugal foi o país da Europa onde se gastou mais dinheiro no chamado "mercado de inverno" futebolístico. Somos pobres, estamos endividados, mas fazemos vida de ricos.
Não temos juízo.

Dos grandes, o FC Porto foi o único a ter uma posição coerente, com Pinto da Costa a dizer que planeou a época com estes jogadores - e que só em circunstâncias extraordinárias faria aquisições. Esta é a posição correta: o "mercado de inverno" deve ser um recurso, não deve tornar-se um hábito. Vamos ver se o presidente portista leva a posição até ao fim.

O Sporting perdeu o tino com os maus resultados do início da época - e a política de contenção financeira implementada pedra a pedra nos últimos anos, servindo de exemplo no futebol português, foi rapidamente posta de lado. Como são frágeis os "projetos" em Portugal!

O caso do Benfica é diferente. Fez um magnífico início de temporada, mas ainda não está satisfeito. Quer mais. Jorge Jesus é um ótimo treinador, fez o milagre de devolver a esperança ao Benfica, mas tem o defeito de ser um homem insaciável. O plantel que o clube tinha era mais do que suficiente.

Até porque a ideia de que a contratação de novos jogadores fortalece sempre a equipa é discutível. Recordo que a melhor época de Mourinho no Chelsea foi a primeira. Depois da chegada de estrelas como Shevchenko, Ballack, etc., a equipa não só não melhorou como piorou.
E há muitos outros exemplos, como o Real Madrid galáctico.

Autor: JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA
Data: Quarta-Feira, 6 Janeiro de 2010 - 18:02, In Jornal Record Online

A tentação

Zona M

Os milhões regularmente rejeitados pelo Sporting à nuvem de propostas que encobre o céu de Alcochete logo que um dos meninos realiza dois ou três bons jogos seguidos, dariam para ressuscitar as contas leoninas. Em menos de três anos, Miguel Veloso já esteve "em cima da mesa" de meia dúzia de clubes ingleses, "referenciado" por italianos, "perguntado" por espanhóis - sempre emblemas de carteira grande, mas desportivamente de segunda ou terceira linha.

Manchester City, Fiorentina ou Atlético Madrid podem ser nomes reconhecíveis num meio tão mediatizado à escala europeia, mas hoje ainda mais longe da conquista de títulos do que o Sporting, independentemente de participações episódicas na Liga dos Campeões. Miguel Veloso e o clube resistiram bem a algumas investidas, chegando a declinar uma proposta concreta do Bolton, ainda antes da crise financeira, com o jovem a mostrar a autoestima de se projetar em cenário mais ambicioso.

Ao mesmo tempo que fazia medrar uma corte de seguidores, a marca de Miguel Veloso projetou-se como expoente máximo do conceito de futebolista "comercial", sempre em perigo de se perder nos confins das tabelas classificativas, como aconteceu a outras talentosas promessas, algumas das quais de forma irrecuperável.

As experiências têm confirmado que poucos jogadores desenvolveram a maturidade que lhes permita projetar com frieza o futuro a perseguir, sobretudo se sujeitos a grande pressão mediática. O perigo de trocar um grande de Portugal pela modéstia competitiva de um Betis ou de um Tottenham, a troco de verbas tentadoras, pode simplesmente significar o fim de uma carreira ao mais alto nível. Mas também o convite irrecusável de um grande da Europa representa geralmente um passo maior que a perna.

Em ano de Mundial, o grande motivo da movimentação do mercado intercalar de janeiro é o medo de alguns grandes jogadores virem a ser excluídos das convocatórias para a África do Sul, por não conseguirem jogar regularmente. Embora nenhum dos clubes que surge no caminho de Miguel Veloso tenha um padrão de exigência superior ao Sporting, são muito baixas as probabilidades de ele ter sucesso imediato em Inglaterra, Espanha ou Itália. Quase impossível, mesmo.

As mais-valias que tal transferência poderia gerar nestes tempos de vacas magras dariam seguramente muito jeito a Carlos Carvalhal para prosseguir com toda a garra a nova e estimulante política de amedrontamento dos adversários. Ao jogador, a vertigem da promoção financeira e o estatuto de emigrante de luxo ajudariam a realizar prontamente um sonho de vida. E os intermediários envolvidos não perderiam tempo valioso.

Especulações à parte, para jogadores como Miguel Veloso, com valor comercial muito elevado, todos os períodos de mercado são penosos testes à personalidade. Resistir aos assédios e evitar cair numa equipa fraca, perdendo espaço na cena internacional, como tem acontecido a tantos novos-ricos da nossa diáspora futebolística, são os desafios que este e outros jovens de elevado potencial enfrentam, a seis meses do termo de uma época que lhes pode dar a maior projeção internacional. Basta ter paciência e visão.

Autor: JOÃO QUERIDO MANHA
Data: Terça-Feira, 5 Janeiro de 2010 - 18:17, In Jornal record Online

Os melhores de 2009

E-MAIL ABERTO

From: Domingos Amaral

To: a todos os entusiastas de futebol. Decidi aproveitar esta semana e a próxima para atribuir os prémios aos melhores do ano nas categorias que considero relevantes.

Prémio "Vale Tudo" - A Thierry Henry, cujas manápulas, usadas duas vezes, conseguiram classificar a França para o Mundial.

Prémio "Photofinish" - À Seleção Nacional, por se ter qualificado em cima da meta, no playoff.

Prémio "Não é Para Levar a Sério" - A Hulk, pela sua cláusula de rescisão de 100 milhões de euros, que nenhum clube no seu juízo perfeito pagará.

Prémio "Tonight´s gonna be a good night" - A Carlos Queiroz, que desde que escolheu a música dos Black Eye Peas, tem dormido muito melhor à noite.

Prémio "Ai Jesus" - A Carlos Azenha, que passou de potencial sucessor de Jesus, proposto pelo candidato a presidente derrotado, a despedido do Vitória de Setúbal depois de ter sido goleado na Luz por 8-1.

Prémio "Pé Frio" - A Guarín, jogador do FC Porto, que cada vez que entra na equipa, ela perde o jogo.

Prémio "Lázaro" - A Saviola, que tal como Lázaro foi ressuscitado por Jesus.

Prémio "Ângulo Morto" - A Angulo, jogador que já vinha moribundo quando chegou a Alvalade.

Prémio "Singing in The Rain" - Aos sócios do Benfica que mesmo à chuva, cantaram como há muito não cantavam, depois de ganharem ao FC Porto.

Prémio "Por que não te calas?" - A José Eduardo Bettencourt, que quando abre a boca tem tendência para dizer disparates.

Prémio "Por que não te calas? II" - A José Mourinho, que este ano tem falado mais do que devia.
(Continua na próxima semana).

Autor: DOMINGOS AMARAL
Data: Domingo, 27 Dezembro de 2009 - 18:28, In Jornal Record Online

Grupo de Portugal vale mil milhões (SÓ RONALDO CUSTA MAIS DO QUE 14 SELEÇÕES APURADAS)


O grupo de Portugal no Mundial'2010 é o mais valorizado, segundo um estudo realizado pelo Futebol Finance com agentes FIFA e divulgado no final do ano passado. O grupo G, que para além da Seleção Nacional integra o Brasil, a Costa do Marfim e a Coreia do Norte, está avaliada em cerca de mil milhões de euros, valor para o qual muito contribuem as presenças dos craques do Real Madrid Cristiano Ronaldo e Kaká.

Aliás, só Cristiano Ronaldo, contratado pelo clube espanhol por 94 milhões de euros, custa mais do que 14 seleções apuradas para a África do Sul, permitindo também que Portugal fosse avaliado em 340 milhões, valor superior às seleções da Alemanha e Holanda, por exemplo.

Neste grupo de "ouro", o Brasil está avaliado em 515 milhões de euros, valor para o qual Kaká contribuiu com 65 milhões, verba paga pelo Real Madrid para resgatá-lo ao Milan, enquanto a Costa do Marfim, avaliada em 180 milhões de euros, é a seleção africana mais valorizada do Mundial. A Coreia do Norte completa o grupo com um valor de 15 milhões de euros. Os asiáticos possuem a seleção mais barata do Mundial, a par da Nova Zelândia.

A Espanha tem o plantel mais caro, avaliado em 565 milhões de euros. No entanto, o grupo H, que tem os atuais campeões europeus e fortes candidatos ao título na África do Sul como cabeças-de-série, soma 810 milhões de euros, valor inferior ao do grupo de Portugal.

Entre os oito cabeças-de-série, a seleção menos valorizada é a África do Sul. A equipa anfitriã custa 35 milhões de euros, um valor bem abaixo de México (95 milhões), Uruguai (145 milhões) e França (450 milhões), os seus adversários no grupo A.

Para realizar este estudo, o Futebol Finance avaliou os direitos económicos dos 25 jogadores mais utilizados por cada seleção nacional, durante a fase de qualificação para o Mundial e nos mais recentes jogos de preparação. O valor de cada um dos jogadores de cada seleção foi apurado mediante a consulta de vários agentes e agências FIFA, bem como diversas de empresas de scouting, com experiência na avaliação de direitos económicos de jogadores de futebol.

Valor das 32 selecções do Mundial'2010

GRUPO A
África do Sul 35 milhões de euros
México 95
Uruguai 145
França 450
TOTAL: 725 milhões de euros

GRUPO B
Argentina 390
Nigéria 115
Coreia do Sul 50
Grécia 100
TOTAL: 655

GRUPO C
Inglaterra 440
EUA 55
Argélia 55
Eslovénia 45
TOTAL: 595

GRUPO D
Alemanha 305
Austrália 40
Sérvia 185
Gana 115
TOTAL: 645

GRUPO E
Holanda 280
Dinamarca 85
Japão 70
Camarões 140
TOTAL: 575

GRUPO F
Itália 400
Paraguai 90
Nova Zelândia 15
Eslováquia 70
TOTAL: 575

GRUPO G
Brasil 515
Coreia do Norte 15
Costa do Marfim 180
PORTUGAL 340
TOTAL: 1.050

GRUPO H
Espanha 565
Suíça 115
Honduras 45
Chile 85
TOTAL: 810

Data: Quarta-Feira, 6 Janeiro de 2010 - 17:36, In Jornal Record Online

domingo, 3 de janeiro de 2010

Como se vai jogar no galinheiro em 2010?

quinta-feira, 31 de Dezembro de 2009
Como se vai jogar no galinheiro em 2010? O habitual terceiro (e actual segundo) classificado tem sem duvida agitado o mercado de inverno! Com a necessidade de adquirir mais "três craques" (que em breve deverão valer pelo menos 50 milhões...nas capas de jornais avençados)...é difícil perceber como vai jogar a equipa de Jesus em 2010.Tal como o seu ilustre homónimo...o Jorge vai ter que multiplicar as posições para fazer jogar tanto "craque"! Ou não?
O blog Draglhadas tenta uma explicação.

Como se pode ver nesta primeira imagem. Jesus deve optar por um clássico 4*4*2*4. Com um meio-campo em pentágono invertido. Graças ao apoio dos fiscais de linha os laterais podem subir muito mais no terreno (com certeza o "Shaffer melhor lateral esquerdo da actualidade" ou o "Luís Filipe o afilhado") e um "playmaker" a distribuir simulações no ataque e a fazer jogar o arbitro mais solto, com mais intervenções no "jogo vistoso" da equipa, fazendo uso da falta de vista quando é mais oportuno (um Aimerda bem dopado, um "Filipe Menezes mais grande que Káká" ou um Carlos Simulartins a.k.a "Coxo Martins" podem ocupar esse lugar). Quando Lucílio Batista joga ao lado de Cagozo, Shabichola deverá então tornar-se letal, ocupando um lugar menos habitual, um pouco mais adiantado em relação à defesa da equipa adversária.


A astucia de Jesus reside também na descoberta de outras "posições chave" na sua táctica.Ora vejamos.




Eder Luis, jogador que - segundo o próprio pai - comia "carne estragada", vai jogar na churrasqueira da Luz, juntamente com o regressado americano, "futuro fenómeno tipo Pélé", Adu. Talvez um dia acabem por montar uma rede fast food internacional de churrascos e tenham mais sucesso que no futebol (se o Quim entrasse no negócio poderiam ainda vender mais frangos).


Pantorras, vai continuar a jogar na bomba de gasolina perto do galinheiro. Será dali que vem o petróleo? Ninguém sabe...Mas sem duvida uma linda e longa carreira a deste Angolano.
Uranheta, já deve estar a caminho do Chelsea ou Barcelona, mas o mais certo será o Vitória de Setúbal ou Belenenses por empréstimo, no mínimo 30 milhões para os cofres virtuais do galinheiro! Com este e com a valorização do Di Maminha, do César Pixota e do Ranhires no Mundial 2010, as galinhas podem começar a comprar acções do "Benfica Stars Found" descansadas.

Já Alan Kardíaco vem ocupar uma posição que se tem revelado essencial na equipa de Jesus: o TÚNEL.

A jogar pela esquerda do túnel, Kardíaco terá por missão criar ataques ;-) ?...ou provocar os adversários, criar incidentes e juntamente com Rui Crosta bater na porta do balneário do arbitro? Logo veremos...

Quanto a Airton, ocupando uma posição mais livre, está encarregado de fazer pressão alta a partir do exterior do galinheiro, juntamente com os NoName Bois e Vacas : agressões, roubos diversos, insultos e pedradas a autocarros. Com um pouco de treino poderá tentar o célebre cachaço-a-fiscal-de-linha-sem ser-incomodado-muito-menos-irradiado-dos-estádios-de-futebol.

Percebe-se melhor os 9 milhões desembolsados para acrescentar mais 3 jogadores a um plantel que já contava 27 jogadores, muitos deles contratados por outros tantos milhões oriundos de países petrolíferos. Não esquecer também que o SLBosta é o clube com mais jogadores cedidos dos 3 grandes: 24.

FELIZ ANO NOVO A TODOS PORTISTAS...COM A CERTEZA QUE EM 2010 CONTINUAREMOS A GANHAR...CONTRA TUDO E CONTRA TODOS!Quaaac...Pato Donale!

Autor: Alerião0 a 2 Janeiro 2010 - 17:08
Fonte:
flthedragon.blogspot.com

O descrédito da formação


A forma como está a decorrer esta reabertura do mercado mostra que a formação do jogador português é cada vez mais menosprezada pelos nossos clubes. O tema não é novo, mas vale sempre a pena chamar a atenção para ele: na altura de reforçar os plantéis, os clubes, nomeadamente os que têm mais capacidades financeiras, preferem sempre olhar para o estrangeiro.

Na maior parte dos casos, são contratados jovens jogadores, brasileiros, argentinos, uruguaios ou de qualquer outra nacionalidade, que nada têm a mais relativamente aos jovens portugueses que terminam a formação como juniores e iniciam a primeira e difícil época como seniores. Nada têm a mais, entenda-se, do ponto de vista desportivo. É que, de resto, há muitas diferenças: os talentos que vêm do estrangeiro originam, muitas vezes, complicadas operações financeiras, são exageradamente valorizados e apontados como jogadores extraordinários, dos quais tudo se espera. Sobre os jovens portugueses, recai toda a desconfiança: saídos dos juniores, não protagonizam grandes negócios do ponto de vista financeiro nem são olhados como salvadores.

Estão condenados a treinar, à espera de uma oportunidade que demora imenso a surgir. Portanto, com poucas exceções, os clubes portugueses trabalham na formação sem perspetivas de futuro. Algo está mal, aqui. Não faz sentido investir e depois não tirar partido. E sempre que o mercado abre, este problema é latente. É uma questão de mentalidade. Mas, provavelmente, não só.

Autor: JOAQUIM SEMEANO
Data: Sábado, 2 Janeiro de 2010 - 23:59, In Jornal Record Online

A prolongada crise de dois históricos


A década de 70 foi o auge da história de dois clubes que hoje em dia não conseguem ser mais do que meras sombras do passado. É certo que o palmarés de um é bem superior ao outro mas, ainda assim, antes de os campeonatos inglês e espanhol começarem, os adeptos de cada um deles mantêm a esperança de que "este ano" é que o clube vai endireitar-se e retomar o trilho de outrora. Mas não. E curioso é que ambos os clubes funcionam de forma desorganizada sendo o mercado de inverno a prova de que não será assim que os títulos voltarão a enriquecer palmarés brilhantes.

Alguns dos leitores já adivinharam os nomes dos clubes mas, mesmo assim, vou escalpelizar os erros que cada clube poderia evitar para não serem menosprezados com apenas 5 ou 6 jornadas decorridas. E o Liverpool é um claro exemplo disso. Sem ganhar a Liga inglesa desde 1989/90, o clube que maravilhou a Europa do futebol nos anos 70, tende a arrastar-se, ano após ano, entre o 3.º e o 7.º lugares da classificação e abdica todos os anos de lutar pela Liga Inglesa, demonstrando a falta de consistência a que já habitou os adeptos dos reds. Rafa Benítez já deu uma Liga dos Campeões aos "melhores adeptos do Mundo" mas a verdade é que não consegue dotar o plantel de qualidade suficiente para acompanhar os galáticos Manchester United e, nos anos mais recentes, o Chelsea. Em todos os defesos, o Liverpool é considerado forte candidato ao título mas essa ideia dilui-se em pouquíssimas jornadas e a cada mês que passa, o mítico clube que Bill Shankly elevou aos céus despede-se de uma competição e, ao mesmo tempo, apaga mais um capítulo de uma história brilhante: 18 campeonatos ingleses (o Man. United igualou o número na época passada), 5 Taças dos Campeões Europeus e 3 Taças UEFA. Ainda há espaço para Benítez? Não.

O outro clube que aqui abordo é o Atlético Madrid. Tal como o Liverpool, só pensa em reforçar convenientemente o plantel em Janeiro, quando já está a uns impensáveis 25 pontos do Barcelona em vez de o fazer quando devia. Mas os colchoneros, que no palmarés têm uma Taça Intercontinental, apesar de nunca terem ganho nem Taça dos Campeões nem Taça UEFA (aproveitaram vaga do desistente Bayern Munique, com quem perderam na final da Taça dos Campeões Europeus em 1973/74), fazem questão de arrastar-se todos os anos na segunda metade da tabela classificativa de Espanha. Este ano não foge à regra e, contratado Quique Flores, a missão passa agora por reforçar o plantel. O clube que tem 9 campeonatos espanhóis, o último conquistado há 13 anos (menos 6 do que a "seca" do Liverpool em Inglaterra) mostra não ter um rumo definido e um plantel bem aquém dos pergaminhos exigidos pela história do clube. Será Quique o salvador colchonero? Talvez.

Autor: HUGO NEVES
Data: Sábado, 2 Janeiro de 2010 - 16:49, In Jornal Record Online

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Taça da Liga (3.ª fase) - Grandes entram em acção já sem polémicas


A Taça da Liga vai entrar agora na sua fase decisiva, com a entrada em cena dos "grandes" do futebol português, mas a terceira edição desta prova já está marcada por nova polémica com os regulamentos.

Numa tentativa de tornar a prova mais atractiva e capaz de atrair mais gente aos estádios, a Liga tem alterado a sua prova todos os anos, mas não consegue evitar a polémica, principalmente nos regulamentos.

Na segunda edição, a confusão instalou-se na segunda fase de grupos da prova, já que Belenenses e Vitória de Guimarães terminaram com o mesmo número de pontos e reclamaram ambos a presença nas meias-finais da prova.

A Liga previa um desempate por "goal-average", o que significaria o apuramento do Belenenses, mas a interpretação ia no sentido do organismo querer ilustrar a diferença entre golos marcados e sofridos.

O Belenenses reclamou a presença nas meias-finais, mas o Conselho de Justiça (CJ) da FPF rejeitou os dois recursos, justificando então "uma questão formal", mas recomendou à Liga que retirasse dos seus regulamentos a expressão inglesa e a substituísse pela diferença entre golos marcados e sofridos.

Na presente edição, foi a questão da média de idades a levantar problemas, quando Académica, Portimonense e Beira-Mar empataram todos os jogos da segunda fase sem golos (0-0), tendo sido necessário recorrer a este critério de desempate.

Após o empate entre Portimonense e Académica, a Liga atribuiu o apuramento à formação algarvia, indicando que a média de idades do conjunto de jogadores utilizado por esta equipa foi de 24,556, contra 24,682 da Académica e 25,474 do Beira-Mar.

A Académica considerava ter uma média de idades de 24,714, contra 24,857 do Portimonense e 25,643 do Beira-Mar, critério que prevaleceu para o CJ da FPF, órgão para o qual os "estudantes" recorreram, obrigando a Liga a alterar o articulado do artigo 7.º n.º 3 do Regulamento da Taça da Liga.

Já sem polémicas, a terceira fase, que vai decidir os semi-finalistas, arranca domingo, destacando-se o embate Sporting-Sporting de Braga, da jornada inaugural do Grupo B.

Os "leões", finalistas das duas primeiras edições da prova, vão tentar mais uma vez a presença na final e têm domingo o primeiro grande teste, frente ao sensacional líder da Liga e formação que foi vencer a Alvalade por 2-1 na segunda jornada do campeonato.

Igualmente interessante de seguir deverá ser o Benfica-Nacional, do Grupo C, já que os insulares tentarão ir à Luz e provar que a goleada (6-1) sofrida na oitava jornada foi apenas um acidente de percurso.

O FC Porto actua só na terça-feira - sábado joga em Águeda diante da Oliveirense em jogo em atraso da quarta eliminatória da Taça de Portugal -, recebendo o Leixões em jogo do Grupo A.
Programa da primeira jornada:

- Domingo (03 Jan):

- Grupo A:

Académica - Estoril-Praia, 16:00.

- Grupo B:

Vitória de Guimarães - Rio Ave, 16:00,

Benfica - Nacional, 18:15.

- Grupo C:

União de Leiria - Trofense, 16:00.

Sporting - Sporting Braga, 20:15.

- Terça-feira (05 Jan):

- Grupo A:

FC Porto - Leixões, 19:45.
In Futebolar, Portugalmail

Dicionário do Sistema - Impostos SLB (II)


Surgiu um novo companheiro aqui no Forum do Futebolar com o pseudónimo Futebolar 1 que trouxe à primeira página um artigo de 2007 de DomingosAmaral!

Como não sou de intrigas e gosto de dar a conhecer aquilo que vou sabendo fui procurar na minha arca de recordações este artigo que ainda é mais velhinho mas de certeza que os Benfiquistas vão gostar de recordar pois trata-se de factos e não de romance!

Ora vá:

Impostos do SLB (II)

Em finais de 2001, o Benfica necessitava de uma certidão da administração fiscal atestando a sua situação de não devedor, com vista à assinatura do contrato com o Estado relacionado com as obras do novo estádio. Ora, sendo a situação a já descrita, como resolver este imbróglio? A certidão só poderia ser passada se a impugnação da liquidação estivesse conforme a lei e, para tal, o Benfica tinha de entregar garantias.


O que diz a lei?Na impugnação, “caso não se encontre já constituída garantia, com o pedido deverá o executado oferecer garantia idónea, a qual consistirá em garantia bancária, caução, seguro-caução ou qualquer meio susceptível de assegurar os créditos do exequente”.


O que fez o Benfica?Entregou acções da Benfica SAD, não cotadas em bolsa, num total de 20 por cento do capital.


O que fez a administração fiscal, sabendo que as acções são de valor mais do que discutível (ainda por cima quando não estão cotadas em bolsa) e que a própria lei das sociedades desportivas não permite ao Estado poder deter acções de sociedades desportivas (que seria o que aconteceria em caso de execução da garantia)?


Numa primeira reacção, passou uma certidão em que, obviamente, se referia que o Benfica não estava regular do ponto de vista fiscal.


Mas isso impediu o Benfica se assinar um contrato com o Estado, de modo a beneficiar de subsídios para a construção do novo estádio?


Não, apesar da Lei, o contrato para construção do estádio foi assinado, em Janeiro de 2002, pelo então ministro do Desporto e Juventude, José Lello.


Já com um novo governo, cujo primeiro ministro era Durão Barroso, a ministra de Estado e das Finanças, Manuela Ferreira Leite, deu o seu aval para que as acções da Benfica SAD fossem aceites como garantia para impugnação da dívida fiscal do Sport Lisboa e Benfica. A ministra assinou um despacho em que corroborou o parecer da administração tributária sobre a avaliação das acções da Benfica SAD. Dessa forma, interpretou a lei no sentido favorável ao clube, ao aceitar esses títulos como uma garantia idónea para a impugnação da dívida fiscal por parte do Benfica.


Um dos aspectos que convém salientar, é o facto do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do governo liderado por Durão Barroso, Vasco Valdez, que defendeu a “interpretação de lei” de acordo com o pretendido pelo Benfica, ser a mesma pessoa que, como advogado representante do clube, tinha negociado com o anterior governo socialista...


Como é que a administração fiscal descobriu um critério de avaliação das acções da Benfica SAD, as quais nem sequer estavam cotadas em bolsa?


Com base nas regras do imposto sucessório, avaliou os títulos não ao seu valor nominal de cinco euros, mas de 3,3 euros por acção.


O despacho da ministra Manuela Ferreira Leite colocou um ponto final no pedido do Benfica, aceitando as acções da Benfica SAD como boas e, com elas, toda a situação fiscal do clube regularizada.


Sobre este assunto, o deputado do PCP Lino de Carvalho, escreveu o seguinte em 13/06/2002:

«(...) neste caso há fumo demasiado para não se desconfiar que por detrás haja muito fogo (...) ninguém esqueceu as célebres declarações do Presidente do Benfica ao apelar na campanha eleitoral, institucionalmente, ao voto no PSD com o argumento de que se este vencesse as eleições o Benfica veria resolvidos os seus problemas fiscais. (...) é também conhecido que o advogado do Benfica no processo que começou a ser negociado com o anterior Governo é o actual Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Vasco Valdez. Demasiada coincidência!?

(...) não há nenhum caso idêntico ao nível dos contenciosos fiscais que se têm desenrolado entre os clubes e a Administração Fiscal. (...)

Porque é que podendo e devendo o Estado exigir do contribuinte em falta, e ainda por cima com um longo processo de dividas e compromissos não honrados perante o fisco, garantias mais idóneas – garantia bancária; caução ou, por exemplo, receitas dos jogos ou passes dos jogadores – aceita desde logo um património que menos sólido se apresenta, as acções. E assim sendo qual o critério da avaliação?

Não estando cotadas na bolsa, tendo a SAD Benfica um largo passivo, como se chegou aos 3,3 euros por acção?

E se no final do processo não for dada razão ao Benfica e este não tiver condições para pagar?

Como a Administração Central não pode ser accionista das SAD’s a quem vende, e porque valor, o penhor que recebeu?»


Nota: A foto que ilustra este post foi tirada no denominado “Jantar do Desporto”, realizado em Rio Maior, em 04/03/2002, durante a campanha do PSD para as eleições legislativas de Março de 2002.

Publicada por José Correia IN-Reflexaoportista

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