terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Os "batatais" em 'Fintas e Dribles'


Nos dias que correm, já pouca gente tem dúvidas quanto ao estado de degradação a que chegou o futebol, transformado num pântano cada vez mais sofisticado e perigoso. Quem lê jornais, ouve rádio, vê televisão ou navega na Internet, encontrará provas inequívocas de que esse pântano global, tal como uma conhecida marca de automóveis, "veio para ficar". Muito recentemente, correram mundo as imagens daquele "golo fantasma" de Thierry Henry, que carimbou (com batota... manual) o passaporte da seleção de França para o Mundial'2010. Isto, sem que nenhum dos dois "senhores" do futebol mundial tivessem tomado posição sobre o assunto, com vista a preservar a verdade desportiva . Tanto o presidente da FIFA como o da UEFA (este por acaso até é francês!) deixaram os irlandeses a falar sozinhos.

Ensinaram-me, em pequeno, que as leis são para respeitar e cumprir! Provavelmente, estavam a gozar comigo porque a vida ensinou-me que, na prática, as coisas não são bem assim. Para algumas cabecinhas pensadoras, qualquer lei deve ser olhada como peça rara de museu ou como um quadro de pintor famoso para apreciar à distância, evitando, assim, a tentação de lhe tocar. Também aprendi que, em muitos casos, a lei só se cumpre quando dá jeito aos "amigalhaços" de certas pessoas a quem é concedido o direito de decidir.

Ainda a propósito de leis. De vez em quando, os recintos desportivos viram manchete na comunicação social, como aconteceu recentemente - em curto espaço de tempo - com três estádios de futebol que mais pareciam... "batatais". O único caso que teve um desfecho de acordo com os regulamentos, foi o do "Carlos Osório" onde a Oliveirense deveria jogar com o FC Porto, para a Taça de Portugal. Com grande desgosto (humanamente compreensível) dos dirigentes da Oliveirense e dos seus adeptos, o árbitro Bruno Paixão cumpriu o que diz a Lei 5, decidindo que não havia condições para se jogar.

Em todo o caso, não deixa de ser estranho que nos outros dois tivesse prevalecido a chamada lei dos "dois pesos e duas medidas". Assim, a Seleção Nacional (apesar do veemente protesto da FPF) foi obrigada a jogar com a Bósnia em condições que se enquadravam inequivocamente na Lei 5. Também o Sporting disputou uma partida para a Liga Europa num campo impróprio para consumo. Apesar da reclamação dos leões, a UEFA "borrifou-se" para a verdade desportiva. Creio que se fosse um jogo em que participasse, por exemplo, uma equipa francesa, provavelmente - digo eu! - teria sido outra a postura do sr. Platini.

Sem discutir a decisão (correta) de cancelar o encontro de Oliveira de Azeméis, temos de convir que, na verdade, muitas vezes as leis são ou não são cumpridas em função do peso dos clubes ou das seleções nacionais. Se não houvesse vários exemplos a comprovar esta tese e se a Justiça (neste caso a do futebol) não estivesse tão desacreditada, por certo os adeptos da Oliveirense, ainda que dececionados, teriam sido compreensivos e acatado, sem indignação, o cancelamento do jogo. Assim...

Autor: ARTUR AGOSTINHO
Data: Segunda-Feira, 30 Novembro de 2009 - 18:06

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